Abri os olhos e era inverno outra vez.
No horizonte bailam as árvores, sopra o vento, correm as nuvens, rápidas do lado do mar. Uma ave voa e solta um pio estridente do fundo da sua alma. Apenas uma brecha de azul no céu.pejado de nuvens cinzentas.
E eu também no Inverno da minha vida, crescendo ainda e tantas vezes abatida pela minha falta de sol.
Deixei de fugir dos espelhos. Expulsei todas as minhas dores e foi crescendo o vazio também. O pior de tudo é ir perdendo a vontade de fazer os outros felizes.
Na próxima Primavera voltarei a deslumbrar-me com as magnólias em flor, comprarei uma saia nova, mas não voltará o meu sorriso, aquele que me faz falta quando agora olho o espelho de relance. Deixei de projectar o meu futuro, tenho sono apenas.
domingo, 5 de fevereiro de 2012
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