terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"Morrer não é acabar, é a suprema manhã."
Victor Hugo

Quando acordamos há uma sensação de frustração. Voltámos do lado de lá. E temos de enfrentar um novo dia.

Há dias em que me apetece festejar a minha partida, telefonar a um amigo e anunciar-lhe que vou morrer nessa noite.

Ontem morri. Dei um enorme grito. Liberei uma enorme angustia. Saí  da vida dos outros.

Acordei em paz. Suspirei e ergui-me da cama. 

Percebi que tinha morrido, quando deixei de me interessar pelo que como, pelo que visto, pelo que os outros pensam de mim. Estou solta. uma existência leve, quase imaterial, deslizo por entre os outros sem falar, sem ver, sem os ouvir. 

Amanhã ainda vou estar mais ausente, desligando os meus contactos. Como posso falar se já morri? Para que vou atender o telefonema? Para quê escrever se ninguém lê ?

Do outro lado do sonho, há uma lua brilhante, um corredor estreito e uma luz . Um dia destes abrirei a porta e estarei do outro lado, de vez.

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