Dar espaço, ver ao longe as amizades a brilhar
estelarmente. Movem-se, enlaçam-se os seu ritmos
e em gravitação vão abrindo um firmamento
Dar espaço, para visitação e crescimento.
Deixarmo-nos levar pela cintura magnética
às noites uns dos outros.
É por contentamento que os sinais são emitidos
por vezes de tão longe, mas logo tão presentes
que a densidade aumenta e despertam novos sóis.
Porque é muito espaçosa esta arte dos amigos:
não tocam no rebordo de uma natureza frágil
senão para curtar e afagar.
Se há um turbilhão eles não se distanciam
conhecem que é o tempo a querer desmanchar o espaço
e por isso dão-se espaço e apuram-se mais tempo.
Se há nuvens, deixam-nas passar.
Rodam bem por cima em orbitação diurna
e quando as nuvens passam estão onde amam estar.
Carlos Poças Falcão
O terramoto foi devastador.
Debaixo dos escombros quase tudo o que existia. Vontade. Criatividade. Valores. Música interna. Poesia dos Instantes. Escrita. Inspiração. Tudo enterrado.
As equipas de salvação foram chegando e fazendo o seu melhor. Conseguiram salvar o afecto.
Há catástrofes assim. Inesperadas e avassaladoras. Têm de acontecer, para nos lembrarem que somos vulneráveis, fracos, imensamente frágeis.
Depois da catástrofe há que continuar vivo. Reconstruindo. Desconstruindo, remodelando, reinventando, procurando sobreviver no meio do caos. Os maiores dramas estão sempre ocultos. Não são os que se lêem nos sismógrafos. São os que levam as pessoas mais fracas ao desespero da última fronteira.
Eu amo estar nas noites de tempestade, olhar o céu estrelado numa noite de muito calor, aventurar-me por caminhos que desconheço, ir ao teu encontro, sempre.
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