quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Não quero dizer mais nada. As minhas palavras agora são pedras polidas de marfim. Suspiros apenas. Ar. Nada mais. Repito apenas para mim, baixinho, essa música, essa cantilena de outros tempos. Despertar de anjos. Almas insuspeitas que me afagam no silêncio. Alvo é o tempo. Transparente a ponte que atravesso sobre o rio do tempo. Serenidade infinda. A paz invadindo-me em crescendo.


Não te quero dizer mais nada. As minhas palavras perderam-se como ecos na planície da amargura, que acabei de atravessar. Perdi a voz, a vontade de te ir buscar. Deixa-me ir. Sair daqui e aventurar-me pelos caminhos das folhas, dentro das folhas, das sombras, dos aromas deste jardim.

Não digas nada. Sobretudo não me digas mais nada. Não é preciso. Já não te escuto, agora que ficaste para trás. Escuta-me apenas no silêncio do que nunca te cheguei a dizer.

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